Jung usou pela primeira vez o termo “transpessoal” na psicologia, significando supra pessoal.
A Psicologia Transpessoal é considerada como a Quarta Força da Psicologia, a mais recente das escolas, sendo a primeira Behaviorismo/Positivismo, a segunda a Psicanálise Clássica, e a terceira o Humanismo.
Tem característica integrativa, pois abrange saberes e alia as propostas de outras linhas psicológicas com a finalidade de melhorar seu desempenho.
Walsh e Vaughan disseram que a expressão quer dizer: trans + passar = ir além.
Transpessoal pode ser entendido como a experiência de passar pelo eu pessoal e ir além dele, integrando todo o seu potencial que ainda não foi alcançado e avançando para realidades além da individualidade ou da personalidade.
Essas realidades incluem realidades do outro, da humanidade, do cosmos, e da ligação de tudo e todos numa só unidade, o Todo.
O caminho de transpassar pelas experiências da vida se transforma quando o caminhante tem autoconsciência de sua inteireza e da sua transcendência.
Para se estar inteiro, é preciso juntar as partes, que muitas vezes, estão fragmentadas, dispersas ou perdidas. E para compor a totalidade do ser, a psicologia transpessoal acrescenta como alguns de seus diferenciais a dimensão superior da consciência e o aspecto espiritual.
A supraconsciência é de onde nascem os impulsos criativos, as inspirações, ideias artísticas, cientificas, etc., e os diferentes estados de consciência são considerados e estimulados nesta abordagem.
A espiritualidade por sua vez, é indispensável para o sistema transpessoal, sendo legitimada como uma parte da natureza biológica do ser, absolutamente saudável e curativa. Pode se expressar pela busca pessoal de valores, virtudes, forças, compreensão do sentido da vida e do sagrado, catalisando ações que promovem o autodesenvolvimento e evolução. Independe da religião ou dogmas, por ser uma experiência íntima e verdadeira de cada ser humano.
Assim como acontece quando as funções da psique – razão, emoção, intuição, sensação – não são integradas com harmonia, ignorar o aspecto espiritual pode levar ao adoecimento individual e coletivo da humanidade.
Para Maslow (1994, p. 312) “a vida espiritual é o aspecto mais elevado de nossa existência, inerente à essência humana, uma característica definidora da nossa natureza, além de parte do verdadeiro eu, da espécie, da plena humanidade”.