“Não podemos fugir de nós mesmos, contra o perigo interno não há fuga possível” (Freud, 1937)
O termo “fugir” é amplamente conhecido como uma forma de não encarar determinada situações e problemas, quando Freud, o pai da psicanálise, emprega essa palavra ao citar “fugir de nós mesmos” então logo ele determina que o ser humano busca constantemente não encarar a si mesmo, fugir de seu próprio eu, mas oque isso significa?
Estudadas pela filha de Freud, Anna, os mecanismos de defesa são estratégias da nossa mente de “esconder” e não permitir que certas lembranças traumáticas e desejos relacionadas a elas acabem se tornando consciente para nós, isso explica porque muitas vezes nos esquecemos completamente de vivências da nossa infância e momentos que trouxeram grande sofrimento.
Oque não sabemos, é que esse “esquecimento” não acontece atoa, ele é conduzido através de um mecanismo chamado Recalque, onde o mesmo suspende da consciência esses conteúdos desagradáveis, contudo, essa suspensão não apaga a lembrança traumática, ela permanece lá, no inconsciente, trazendo para nós sensações de raiva, tristeza e demais emoções associadas ao conteúdo traumático, quando não é a emoção, o conteúdo é convertido em ideias obsessivas (TOC), então entendemos disso que é impossível esquecer completamente lembranças, desejos reprimidos e todas as cicatrizes do passado.
Concluímos aqui formulando que não podemos fugir do nosso trauma, dos nossos medos, das nossas inquietudes e angústias, pois elas, mesmo sem nossa percepção, molda toda nossa personalidade e forma como nos vemos e vemos os outros.
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