O que é a Síndrome de Burnout ou do Esgotamento Profissional?
1Roselí Dias Lima
2Ana Rita de Cassia Vieira de Moraes
A Síndrome de Burnout é considerada pelo Código Internacional de Doenças (CID-10) como um esgotamento derivado das atividades laborais, com sintomas de ordem psíquica e emocional, instabilidade na vida profissional e pessoal do trabalhador. Recentemente, a síndrome do esgotamento profissional (Burnout) foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como um fenômeno relacionado às atividades laborais, passando a possuir uma classificação mais detalhada no CID-11 no ano de 2022. Essa alteração é importante considerando que as pessoas com esse diagnóstico terão o acesso aos direitos trabalhistas e previdenciários garantidos, por conta de ser uma doença decorrente do trabalho.
Em resumo, a síndrome de burnout pode ser definida como o processo de adoecimento psicofísico em decorrência da exposição do trabalhador ao estresse demasiado no ambiente de trabalho.
Desta forma, a síndrome deriva do processo de adoecimento provocado pelas condições de trabalho, ocasionando sintomas físicos, sintomáticos e psíquicos no trabalhador, tendo em vista que o trabalho desses profissionais está relacionado ao cuidado, portanto, deve-se observar a relevância do tema e a necessidade de repensar estratégias para promover saúde mental desses trabalhadores.
Identifica-se a necessidade de trazer esse diálogo para o mundo acadêmico, buscando novas abordagens e pesquisas que tracem os fatores e as causas do esgotamento profissional dos profissionais de saúde, a fim de intervir na condição laboral, com novas propostas de prevenção, manejo do estresse e redução dos sintomas.
Então, como avaliar as causas e as consequências que são determinantes no desenvolvimento da Síndrome de Burnout em profissionais da saúde?
Realizamos uma revisão bibliográfica conduzida através de buscas nas bases de dados SciELO, LILACS, Google Acadêmico, BJD, BVS e PePsic, utilizando-se os descritores “Burnout”, “Saúde Mental”, “Trabalhadores da Saúde”, “Esgotamento Profissional” e “Estresse Ocupacional”, nas quais foram utilizadas diversas combinações de termos relacionados à presente temática.
Dessa forma, após análise dos referidos estudos, evidenciou-se a pré-disposição dos profissionais de saúde a desenvolverem a Síndrome de Burnout, dado o fato de que a função laboral está relacionada à assistência e ao cuidado, ao sofrimento e morte, além de expor o profissional a diversos estressores, como sobrecarga de trabalho, reportar-se às chefias diferentes, falta de reconhecimento.
Verificou-se ainda que, são fatores importantes a serem considerados: condições laborais para execução das atividades, sobretudo, a dificuldade em cumprir metas dadas, acaba por elevar o nível de estresse dessa população.
Destacou-se ainda que, entre os profissionais de saúde, a exaustão foi apontada como importante gatilho para ideação suicida durante a pandemia de Covid-19.
Diante dos resultados, verificou-se a necessidade do desenvolvimento de maiores pesquisas na área, bem como de realização de intervenções visando à prevenção, manejo e diminuição do estresse no ambiente laboral, a fim de proporcionar melhora na qualidade de vida dos profissionais de saúde e, consequentemente no serviço oferecido.
Afinal, quem cuida de quem cuida?!
1 Faculdade Pitágoras. Feira de Santana, Bahia, Brasil;
2 Centro Universitário Sudoeste Paulista (UniFSP). Itapetininga, São Paulo, Brasil