O questionário não deve ser considerado como um diagnóstico, apenas como uma orientação dos níveis dos sinais. Nesse caso, sempre é recomendado consultar um profissional capacitado para uma avaliação completa.
Falar sobre a saúde mental do homem, ansiedade, depressão e suicídio requer cuidados, porém, esses temas não podem ser deixados de lado, principalmente em um cenário de crescimento dos casos de autodestruição no mundo todo.
A taxa de suicídio é maior no sexo masculino — a média global é de 15 homens para 8 mulheres por 100 mil habitantes. Um dos principais motivos é que eles apresentam grande resistência em buscar ajuda psicológica e conversar sobre os próprios sentimentos, acreditando que a exposição demostrará algum sinal de fraqueza.
Para um melhor entendimento sobre o assunto, elaboramos este artigo no qual abordamos alguns fatores que contribuem para o desequilíbrio psicológico nos homens, os tabus que cercam essa questão e os cuidados necessários para alcançar uma vida mais feliz.
Em diversas culturas, o machismo arraigado cobra um preço muito alto, pois impera a crença de que “homens fortes não choram”. O resultado é que, normalmente, as emoções contidas os levam a situações que prejudicam outras pessoas e a si mesmos. Para esconderem alguns sintomas graves, como os da depressão, muitos buscam válvulas de escape no consumo de álcool e outras drogas.
Fatores que interferem no equilíbrio psicológico
Aspectos genéticos associados a estressores ambientais e alterações neuroquímicas são as principais causas dos desequilíbrios mentais. Dependendo da fase em que o homem esteja vivendo e das exigências enfrentadas, as doenças podem se manifestar em maior ou menor grau.
Dessa forma, a pressão no trabalho, a busca pela estabilidade financeira e as responsabilidades familiares podem causar frustração e ansiedade, provocando um desequilíbrio psicológico e desencadeando um quadro de depressão.
Além disso, há também questões socioculturais que precisam ser transformadas para que o homem consiga lidar melhor com seus problemas emocionais. A saúde mental é cercada de tabus e ainda não é reconhecida no mesmo nível de importância que a saúde física, principalmente no ambiente de trabalho.
Segundo pesquisa realizada pelo instituto britânico de saúde mental Mind, 90% das pessoas que se afastaram do trabalho por motivo de estresse não citaram a real causa como justificativa da ausência. A maioria preferiu se referir a um problema físico, como dor nas costas.
Isso se deve ao medo e receio das reações dos empregadores e dos próprios colegas de trabalho. Nesse sentido, a pesquisa apontou que 6% dos indivíduos que contaram sobre os problemas mentais para seus empregadores sofreram discriminação, e 2% foram demitidos.
(É importante lembrar que o resultado do questionário não é uma avaliação psicológica. Assim, apenas por esse resultado, não é possível diagnosticar um quadro de ansiedade e depressão.)
Mas, além da discriminação no ambiente de trabalho, muitas pessoas também sofrem com estigmas por parte de amigos e familiares. Todos esses aspectos fazem com que o indivíduo não comente sobre os sintomas e, com isso, a saúde mental pode ficar seriamente comprometida.
A saída para uma vida mais saudável e feliz
Um estudo, considerado o mais longo sobre o desenvolvimento adulto da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, monitorou e analisou por 76 anos o estado mental, físico e emocional de 700 indivíduos do sexo masculino. De acordo com o atual diretor da pesquisa, o psiquiatra americano Dr. Robert Waldinger, o estudo proporcionou várias conclusões.
A principal delas afirma que o importante para manter uma vida feliz e saudável ao longo da vida é qualidade dos relacionamentos. Segundo o pesquisador, uma relação de qualidade diz respeito àquela em que o indivíduo se sente seguro em ser autêntico.
Além disso, o estudo indica a importância de criar laços com quem se tem algum conflito, tendo em vista que os desentendimentos influenciam de forma negativa a vida das pessoas. Com relação ao aspecto de autoconhecimento, o estudo aponta ser imprescindível se questionar quanto ao que realmente o faz feliz.
Como foi possível verificar, é fundamental falar da saúde mental do homem, tendo em vista ser um assunto ainda cercado por tabus e discriminações, que muitas vezes impedem a exteriorização dos sentimentos.
Perceber a importância da busca por uma ajuda profissional e da manutenção de bons relacionamentos podem significar a chave para uma vida mais saudável e feliz.
Gostou deste post? Para saber mais sobre saúde mental, leia também o nosso artigo sobre a Síndrome de Burnout e entenda o que é, além de conhecer os sintomas e o tratamento do problema.
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