Olá como vão a semana de vocês, corrida? Sem tempo? A espera da Sexta Feira? Como anda a relação entre vocês e o ambiente de trabalho? Vocês consideram seu ambiente sadio? Satisfatório? Acolhedor? Pensando em minha vivencia em um ambiente de trabalho doentio e de relatos de alguns colegas e amigos, sobre um constante cansaço e desanimo de trabalhar em um determinado ambiente. Resolvi escrever sobre a mais nova síndrome do CID 11, a síndrome de Burnout.
Surgindo quando alguém vivencia o estresse de forma crônica no seu ambiente de trabalhos não conseguindo manobrar, sendo com frequência a razão de diversos acidentes de trabalho, afastamentos e abusos de substancia. Em 2019, a Organização Mundial da Saúde, a OMS, determinou três características principais da síndrome: a exaustão; o negativismo, cinismo ou distanciamento, mental em relação ao trabalho e uma piora considerável no desempenho profissional. Na qual estará incluída na nova versão da Classificação Internacional de Doenças, o CID, CID-11 que será lançado nos próximos anos.
O seu conceito nem sempre foi muito claro. É tanto que a própria OMS reconheceu essa condição como síndrome apenas em 2019. Quando começou a demonstrar uma maior preocupação em legitimar os graves impactos que o ambiente de trabalho vem gerando na saúde mental de diversas pessoas. Sendo restrita ao ambiente de trabalho, propondo que ela não seja vista como uma condição medica e sim uma condição ocupacional, ou seja, está ligada ao trabalho e não uma disfunção da pessoa.
Em diferentes países e profissões, existem pelo menos 6 fatores de risco no ambiente de trabalho que podem contribuir para o desenvolvimento do burnout: a carga de trabalho, o reconhecimento, a autonomia, os relacionamentos entre colegas de trabalho, a percepção de estar sendo tratado de forma justa e de que seus valores condizem com o da instituição. Quanto maior a insatisfação ou desequilíbrio em qualquer um desses quesitos, maior é a chance de que a pessoa se estresse regularmente e possa desenvolver a síndrome. Algumas formas de como evitar ou tratar o Burnout:
1. Previna o burnout, se permita em alguns momentos do seu dia que você não faça nada relacionado ao trabalho nem que tenha alguma carga de estresse. Quando estiver trabalhando, realize pequenos intervalos ou faça uma respiração controlada. Quando sair do trabalho, desligue a “chavezinha trabalho” e realize qualquer coisa que possa lhe proporcionar um momento de relaxamento, como ir no cinema, meditar, jogar um jogo ou simplesmente relaxar na sua cama. Porem para que isso realmente ajude, é necessário pensar com cuidado no que fará nesses momentos. O ideal não seria utilizar o celular uma vez que a distância entre o trabalho e a vida pessoal no seu aparelho pode ser bem curta. Conversar com amigos pode ser ótimo, mas se o assunto que dominar o papo entre vocês não for reclamar do trabalho. Esses momentos devem despertar bons sentimentos, em vez de aumentar sua carga de estresse pois é aí que reside um dos principais problemas. Se for necessário desative notificações de alguns dos aplicativos do seu celular, desligue a sua internet ou o próprio celular.
2. Se você lidera outras pessoas no seu trabalho, promova saúde mental entre os seus subordinados. Fique atendo a sinais de estresse, de conflito entre colegas, demonstre flexibilidade, apoio, solicite e ouça feedbacks de forma aberta e tome cuidados com cobranças inadequadas, como as que ocorrem fora do expediente. Uma liderança preocupada não apenas com a produtividade das pessoas, mas também com o bem-estar e a realização pessoal delas, pode fazer toda a diferença para a qualidade do trabalho que seus subordinados realizarão e para a saúde mental deles.
3. Se você acredita que tem a síndrome, procure a tal da Psicologia para avaliar sua situação. Um problema comum com o burnout, é que muitas pessoas não percebem que algo grave vem acontecendo com elas ou não relaciona isso com o trabalho. Alguns sinais que algo não vai bem entre você e seu trabalho são: má qualidade do sono, desanimo ao acordar antes de ir trabalhar, irritabilidade com os outros, cansaço constante, pensamentos intrusivos sobre o trabalho, dores de cabeça ou outras reações corporais fora do comum.
É muito comum em culturas como a nossa o perfeccionismo, a eficácia e a dedicação ao trabalho são muito incentivadas. Não há algo necessariamente errado com isso, mas a sobrecarga constante de estresse que muitas vezes acompanha essas coisas podem trazer consequências problemáticas para o nosso organismo. O estresse por si só não é problema, ele é uma resposta natural e geralmente adaptativa, que pode nos ajudar a sobreviver. Porem quando você é mantido a um estresse constante, isso costuma fazer mal e pode ser difícil de sair dessa situação sozinho. Se esse for o seu caso não hesite em procurar um psicólogo.
E aí alguma duvida a mais sobre a Síndrome de Burnout? Você ou algum conhecido se encontra nessa situação? Fala comigo é importante te escutar.