Como manejar a raiva

 A raiva é uma resposta a injustiça, ofensa ou privação de liberdade, buscando eliminar ou neutralizar a causa do dano. Esta emoção abrange desde aborrecimento leve até fúria intensa e, se não gerenciada, pode ser altamente destrutiva, contribuindo para problemas físicos, psicológicos e sociais, representando um potencial problema de saúde pública.

 As experiências e expressões de raiva variam conforme o temperamento e experiências de vida. A falta de controle pode levar a hostilidade, agressões e comportamentos de risco, com consequências significativas e, por vezes, irreversíveis. No entanto, a subutilização da raiva também pode ter impactos, resultando em dificuldade de expressão emocional e falta de apoio social.

 O manejo eficaz da raiva exige consciência emocional, reconhecimento e reflexão sobre suas causas. Controlar emoções perturbadoras é crucial para o bem-estar, sendo o indivíduo responsável por suas emoções. Programas de manejo da raiva, baseados em intervenções cognitivo-comportamentais, focam na psicoeducação, ensinando os pacientes a identificar sinais emocionais e reagir de forma adaptativa para controlar e reduzir a raiva, não eliminá-la.

 Através da psicoeducação, os pacientes aprendem sobre a definição da raiva, seus estilos de expressão e riscos à saúde mental e cardiovascular. As intervenções abordam relações interpessoais, bem-estar físico, monitoramento de emoções, identificação de gatilhos e uso de técnicas de relaxamento. Enfatizam também o papel da raiva como esquiva de outros sentimentos, o aprendizado de estratégias adaptativas, o desenvolvimento de habilidades sociais e a reestruturação cognitiva e comportamental para promover mudanças de atitude.

 A introdução estratégica de emoções positivas (como compaixão) ou negativas opostas à raiva (como remorso e culpa) é uma estratégia eficaz no manejo da raiva. Essa abordagem cria uma nova experiência emocional, resultando na construção de um novo conjunto de pensamentos, comportamentos e memórias.

Fonte: https://www.e-publicacoes.uerj.br/revispsi/article/view/66485.

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