Ninguém tem dúvidas sobre a importância dos relacionamentos. Mas, como mantê-los de forma saudável? Aprender a distinguir o “eu” do “outro” é um bom começo… Mas quero falar sobre mecanismos de defesa que adoecem as relações. Muitos psicólogos descrevem esses mecanismos e, hoje, quero falar especificamente da projeção. É possível que a palavra não seja totalmente desconhecida, pois essa teoria foi desenvolvida por Freud. A projeção é uma forma de atribuir ao outro o que depende exclusivamente de mim. São pensamentos inaceitáveis ou indesejáveis, que não conseguimos lidar. Um bom exemplo é quando culpamos o outro por um fracasso próprio. Esse mecanismo se revela nas expectativas que temos em relação aos amigos, filhos, marido, mulher, etc… É como se a mente evitasse o desconforto que ocorreria caso admitisse a falta cometida, por isso, mantém os sentimentos inconscientes e os projeta, apontando no outro falhas que são minhas. O movimento é o de esperar que o outro me satisfaça, de acordo com minhas necessidades e anseios, e projeta-se nele o herói, o grande salvador, ou até mesmo o responsável por minhas limitações. Caso a projeção seja constantemente utilizada, a pessoa que o faz passa a não ter mais consciência de si, deixando a cargo do outro as resoluções da vida – sou ou não feliz? Posso ou não posso? Consigo ou não consigo? O que culmina na não aceitação do verdadeiro eu. Muitos problemas interpessoais se dão por conta dessa falta de conhecimento. Por isso, quanto mais desenvolvemos o autoconhecimento, mais capazes seremos de conhecer e amar alguém, verdadeiramente. Já que, a partir do momento que sabemos nossas habilidades e limitações, somos capazes de compreender que todos são humanos e tem suas peculiaridades – sempre de acordo com as vivências e experiências adquiridas ao longo dos anos – e que nós também fazemos parte disso.
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