No texto “Lembrar, Repetir e Perlaborar (1914)”, Freud afirma que a nomeação da resistência não pode ter como consequência o seu fim imediato, ou seja, ter uma consciência da suposta origem do sintoma, não eliminaria as dores e desconfortos tão rapidamente como esperamos.
O processo de psicoterapia é um percurso de investigação, onde as pistas são colhidas através do que o paciente nos diz em associação livre – que é a regra de ouro – falar livremente o que vier de forma espontânea à mente.
Quem nunca chegou na sessão de psicoterapia pensando: “Hoje não tenho nada importante para falar…” e de repente se vê tagarelando sobre muitas questões que nem havia cogitado?
O psicoterapeuta é uma caixa de ressonância da fala do paciente, o qual passa a se escutar, e essa “auto escuta” reverbera em sua cabeça, revelando aos poucos questões que resistimos (inconscientemente) em enfrentar pela defesa da resistência no tratamento.
Retirar esses véus um a um com acolhimento, com paciência e continência não é feito de forma igual para todos, e nem pode ser acelerado.
Assim, a psicoterapia não se trata de encaixar as pessoas em soluções padronizadas para todos, como vemos na estética das aparências, que impõe como é o nariz ou o queixo ideal que todos deveriam ter – ou ainda – soluções instantâneas em 3 minutos e 5 passos milagrosos para uma refeição que não bem sacia a fome, e ainda deixa um desejo maior por sabores mais elaborados e gostosos.
Com carinho ♡
Marina Vidal
Psicóloga
CRP 07/37839
📚 FREUD, S. Fundamentos da Clínica Psicanalítica. In: Obras Incompletas de Sigmund Freud. São Paulo: Autêntica, 2017. 414 p.
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