‘‘reconstruiremos tudo o que a guerra destruiu, e talvez em terreno mais firme e de forma mais duradoura do que antes. ’’
Possuímos certa capacidade para o amor na qual Freud discorre para falar sobre o luto. No desenvolvimento inicial do ser humano, o bebê passa a investir afetos em objetos externos e terceiros, o que vai se refinando conforme ele se desenvolve e cresce.
Entendendo isso, podemos pensar sobre o processo de luto, no qual há a perda deste objeto amado, e assim sendo, é natural haver um estado de desequilíbrio emocional, sendo esse processo penoso e sofrido; porém um ponto é que por mais difícil e sofrido que um luto possa ser há um fim espontâneo.
O que podemos pensar com essa reflexão é que, não estamos passando por uma guerra propriamente dita, porém uma pandemia real paira sobre todos, onde perdas e fatalidades são parecidas com situações de guerras, onde mortes em massa são recorrentes. Acrescido ao alto número de pessoas adoecidas e óbitos, cabe refletir sobre conflitos sociais, econômicos, e os discursos de ódio por parte dos cidadãos, que marca uma geração e intensifica a sensação de insegurança e desamparo.
Embora sejam tempos difíceis o que estamos atravessando, podemos pensar que a partir disso coisas novas surgiram, pensando no que passou e o que não pode se repetir, superar o que perdemos, o que não implica em esquecer, mas um ponto de partida para algo novo.
Referencial: A história do movimento psicanalítico, artigos sobre a metapsicologia e outros trabalhos: Sobre a transitoriedade (1914-1916) volume XIV; Ed. Imago
Lean augusto Botelho dos Santos, 2021