Segundo Estágio — O homem de duas patas
Logo depois, ao entardecer, vem o homem de duas patas em seu estágio humano.
Aqui ganhamos independência para agir. Podemos buscar por dinheiro, poder, honra, status e conhecimento.
O dois é o símbolo da dualidade e também do surgimento do conhecimento, pois todo o discernimento é feito pelo contraste de opostos. Só sabemos que existe a coragem através do medo. O preto através do branco.
É o nível do homem dual, que se divide entre ter e não ter. Ricos e pobres, inteligentes e burros, bons e maus.
Aqui, de tão individualizado pela sua própria polaridade, o homem não consegue perceber que ele e o outro fazem parte de um mesmo sistema. Que os problemas dos demais também o afetam.
O homem reconhece os seus desejos, mas ainda não compreende o seu lugar no mundo.
Terceiro Estágio — O homem de três patas
Quando anoitece, entra o homem de três patas, originalmente conhecido como idoso por utilizar uma bengala.
Este é o nível do homem sábio e que está entre os dois níveis anteriores, entre o dois e o quatro.
Como idosos, voltamos a ser como bebês. Precisamos da ajuda das pessoas, mas agora já passamos por toda a experiência de ter vivido. Sabemos o que queremos, mas também reconhecemos melhor a importância daqueles ao nosso redor.
O três é o elo, o nível de ligação entre os níveis anteriores. É aquele que consegue entender o mundo além das dualidades, criando um ponto neutro para se colocar acima das polaridades.
O três é conhecido como um número perfeito e espiritual. Não é a toa.
Aqui o três representa uma pessoa que está acima da sua própria individualidade e alcançou um nível espiritual, ou seja, que consegue ver o mundo além do seu próprio ponto de vista.
É o homem que se conecta aos demais e que concilia paradoxos.
A esfinge possui diversas simbologias dentro do ocultismo e do esoterismo, mas dentro do contexto que apresento, a minha interpretação é outra. A esfinge é uma parte do nosso lado bestial representada pela combinação de diversos animais e do Homem. A esfinge é o nosso próprio Ego.
Todos os homens (de duas patas) que confrontavam a esfinge (quatro patas) acabavam sendo engolidos. Ou seja, enquanto o homem não descobrir a sua versão de três patas, ele continuará sendo engolido pelo Ego.
O deserto representa a individualidade, o egoísmo e a solidão. É um local seco onde a água não alcança.
Quando estamos afundados em nossa individualidade, o Ego se sobressai e nos questiona. É hora de testar os nossos aprendizados e evoluir, ou então deixar-se devorar pela nossa própria esfinge. Dessa forma, interrompe-se o processo e regredimos, nutrindo a nossa própria bestialidade.
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