No mito de Édipo, um enigma era proposto por uma esfinge no deserto, devorando aqueles que não conseguiam resolvê-lo:

“Qual é o animal que tem quatro patas de manhã, duas ao meio-dia e três à noite?”

Todos os que falhavam eram consumidos, exceto Édipo, que decifrou a charada, explicando: “O amanhecer representa a criança engatinhando, o entardecer simboliza a fase adulta, e o anoitecer reflete a velhice, quando utilizamos uma bengala.”

A narrativa, muitas vezes considerada seca e com uma moral aparentemente insignificante, despertou minha curiosidade quando era mais jovem. Buscava entender o significado por trás dessas histórias aparentemente desconexas.

Questionava-me sobre a presença de esfinges e a origem desses seres mitológicos, bem como o propósito por trás da criação dos mitos em si.

Agora, desejo explorar alguns desses mistérios e descobrir o verdadeiro significado da resposta dada por Édipo.

Primeiro Estágio — O Homem de Quatro Patas

Andar em quatro patas simboliza o nível mais primitivo de uma pessoa, o estágio bestial. Quando controlados pelos desejos básicos, somos equiparados a animais, sem discernimento.

Isso é personificado pelo bebê que engatinha, representando a fase em que somos dependentes e desprovidos de autoridade. Esta etapa não deve ser interpretada literalmente, pois muitos adultos também permanecem em um estado bestial, pensando apenas na sobrevivência e na satisfação das necessidades básicas.

O número quatro simboliza segurança e estabilidade, onde tudo se encaixa, mas permanece estagnado por falta de motivação para mudar.

Nossos comportamentos bestiais refletem os símbolos que representam: burros teimosos, ovelhas obedientes e porcos sujos, todos obedecendo à sua natureza, imaturos em relação a uma realidade mais elevada.

 

Segundo Estágio — O homem de duas patas

Logo depois, ao entardecer, vem o homem de duas patas em seu estágio humano.

Aqui ganhamos independência para agir. Podemos buscar por dinheiro, poder, honra, status e conhecimento.

O dois é o símbolo da dualidade e também do surgimento do conhecimento, pois todo o discernimento é feito pelo contraste de opostos. Só sabemos que existe a coragem através do medo. O preto através do branco.

É o nível do homem dual, que se divide entre ter e não ter. Ricos e pobres, inteligentes e burros, bons e maus.

Aqui, de tão individualizado pela sua própria polaridade, o homem não consegue perceber que ele e o outro fazem parte de um mesmo sistema. Que os problemas dos demais também o afetam.

O homem reconhece os seus desejos, mas ainda não compreende o seu lugar no mundo.

Terceiro Estágio — O homem de três patas

Quando anoitece, entra o homem de três patas, originalmente conhecido como idoso por utilizar uma bengala.

Este é o nível do homem sábio e que está entre os dois níveis anteriores, entre o dois e o quatro.

Como idosos, voltamos a ser como bebês. Precisamos da ajuda das pessoas, mas agora já passamos por toda a experiência de ter vivido. Sabemos o que queremos, mas também reconhecemos melhor a importância daqueles ao nosso redor.

O três é o elo, o nível de ligação entre os níveis anteriores. É aquele que consegue entender o mundo além das dualidades, criando um ponto neutro para se colocar acima das polaridades.

O três é conhecido como um número perfeito e espiritual. Não é a toa.

Aqui o três representa uma pessoa que está acima da sua própria individualidade e alcançou um nível espiritual, ou seja, que consegue ver o mundo além do seu próprio ponto de vista.

É o homem que se conecta aos demais e que concilia paradoxos.

A esfinge possui diversas simbologias dentro do ocultismo e do esoterismo, mas dentro do contexto que apresento, a minha interpretação é outra. A esfinge é uma parte do nosso lado bestial representada pela combinação de diversos animais e do Homem. A esfinge é o nosso próprio Ego.

Todos os homens (de duas patas) que confrontavam a esfinge (quatro patas) acabavam sendo engolidos. Ou seja, enquanto o homem não descobrir a sua versão de três patas, ele continuará sendo engolido pelo Ego.

O deserto representa a individualidade, o egoísmo e a solidão. É um local seco onde a água não alcança.

Quando estamos afundados em nossa individualidade, o Ego se sobressai e nos questiona. É hora de testar os nossos aprendizados e evoluir, ou então deixar-se devorar pela nossa própria esfinge. Dessa forma, interrompe-se o processo e regredimos, nutrindo a nossa própria bestialidade.

Fonte:

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