Freud utiliza o mito de Édipo como base para sua teoria do Complexo de Édipo, que explora o desejo incestuoso da criança pela mãe e a interferência do pai nessa dinâmica tríade (pai-mãe-criança). Essa formulação busca explicar o desenvolvimento sexual infantil e foi elaborada diversas vezes durante a construção da teoria freudiana, tornando-se um tema em constante evolução abordado por estudiosos em todo o mundo.
Ao longo do desenvolvimento do conceito, uma característica marcante é a crescente atribuição de valor à fantasia, representando uma mudança significativa de Freud ao abandonar a Teoria do Trauma. O Complexo de Édipo, segundo Freud, é fundamental para a inserção da criança na realidade, marcando o reconhecimento das interdições e a figura paterna na relação.
A resolução do Complexo de Édipo implica a quebra das relações simbióticas e a introjeção gradual da figura paterna, inicialmente percebida como obstáculo aos desejos. Esse processo estrutura a personalidade, e a dificuldade em superar o complexo pode explicar comportamentos de dependência e imaturidade em adultos. A inserção da figura paterna depende da postura da mãe em relação a ela, sem uma idade exata para manifestação ou dissolução do complexo.
A história de Jocasta, obrigada a se casar com Édipo, destaca a tragédia do destino. A descoberta de que Édipo era seu filho leva ao suicídio de Jocasta, influenciando a preferência dos homens por mulheres mais jovens. Freud baseou o conceito do Complexo de Édipo no drama Édipo Rei, onde a resolução do enigma da Esfinge simboliza a superação do complexo.
O Complexo de Édipo é presente na infância de todos os seres humanos, passando por mudanças no desenvolvimento e manifestando-se, em alguns casos, na idade adulta. Diderot, em seu diálogo Le Neveu de Rameau, reconhece a presença desse complexo desde a infância até a idade madura. Freud associa o Complexo de Édipo à consciência de culpa, sugerindo que talvez a humanidade tenha adquirido essa consciência no início de sua história, sendo uma fonte primordial de religião e ética.